brasil

Financiado pelo BNDES, economista de Marina critica política de créditos de Dilma

Para criticar Dilma, um elogio: generosidade demais. Essa é a definição do empresário Alexandre Rands, guru econômico de Eduardo Campos e membro da campanha de Marina, da política de créditos do BNDES: “Eu mesmo fiz investimentos na minha empresa com linhas de 5% ao ano do BNDES. Foi generosidade demais”, afirmou.

Em entrevista ao Globo(link is external), Rands disse que o governo dedica R$500 bilhões do Tesouro Nacional para o desenvolvimento do setor empresarial brasileiro. Em uma curiosa comparação, dizendo que Dilma “trata os empresários como prostitutas”, ele tenta explicar por que exatamente isso é ruim para o país: “Por que só com um crédito aqui e outro ali vai gostar do governo?”, indaga. Perguntado sobre por que mesmo com tantos incentivos alguns setores do empresariado resistem à reeleição de Dilma, o economista finaliza o ~ brilhante~ raciocínio preconceituoso: “Você acha que a prostituta confia nos homens que recebe?”.

As soluções econômicas apresentadas por Marina, como já mostramos, se assemelham àquelas defendidas por Aécio Neves. “O PSDB adora dizer que a gente está copiando. De fato, numa discussão, vamos concordar em 80% das coisas”, diz Rands. A autonomia do Banco Central, de novo, é tida como um tiro certeiro: “Ele [presidente do BC] poderia dizer para ela [presidenta da República]: cuida do seu quadrado e eu cuido do meu”, afirma. Já explicamos que a autonomia do BC é prejudicial para o povo, mas aparentemente, na escala de prioridades de Marina, o mercado vem antes.

Rands também afirma que alteraria a política de juros, reduzindo a meta da inflação de 4,5% para 3% – mesmo sabendo que isso prejudicaria o mercado de trabalho. Ele desconhece, mas a política econômica de Dilma, que construiu o cenário de pleno emprego no Brasil, com constante valorização do salário mínimo, também apresenta a menor inflação do Plano Real. Por falar no assunto, Rands merece um elogio: ao contrário de Giannetti, seu companheiro de equipe econômica,  Alexandre Rands reconhece que o Brasil vive situação de pleno emprego.

Em meio a tanta incoerência, em uma coisa o economista de Marina acerta, não podemos negar: “Pela primeira vez, cada candidato tem propostas de desenvolvimento baseada em concepções diferentes”. É verdade – e nós sabemos quem está do lado do povo.